O PÃO NOSSO DE CADA DIA

Disseram eles: "Que homem é este...?" (Mt 8.27b). Essa pergunta ainda hoje é feita por muitos dos que estão no barco com ELE. É a geração que não conheceu o SENHOR e diz "que homem é este?". E você, sabe que homem é este? Mas sabe por teoria ou na vida?

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Duque de Caxias, Rio de Janeiro, Brazil
Sou prisioneiro de Cristo, segundo seu chamado, e conservo dos meus irmãos, segundo a fé dos eleitos de Deus e o conhecimento da verdade.

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"A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós."

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Profetas Palhaços: Falando Sério sobre gente brincalhona

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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ministros ou escravos?


Hiperetes





“Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus.” (1Co 4.1)

1. Introdução:

Para Jesus tudo era visto e vivido simplesmente na simplicidade da simplificação do que havia de mais simples. Fui complicado demais, para que quer falar de simplicidade? Sim! Contudo, Nele, por Ele e para Ele tudo e todos são e devem ser sempre simples como a natureza.

Veja você mesmo o que Ele afirma “... não se colhem figos dos espinheiros, nem se vindimam uvas dos abrolhos..." (Lc 6.44). Existe algo mais natural e simples que isso? E quando ele fala do Reino usando as parábolas? E quando ele nos ensina a conversar com Papai do Céu? Vá pensando em mais...

Simplesmente para Jesus, em sua simplicidade, pessoas nasciam e morriam. Os jovens dançavam e velhos ficavam cada vez mais quietos. Os adultos se esforçavam por ser responsáveis e as crianças tinham toda permissão para a leveza da vida. Comia quando se tinha fome, bebia quando se tinha sede e dormia quando se tinha sono.

É assim que O vemos ser e apreciar a vida, conforme nas narrativas dos Evangelhos. Simplesmente simples na sua simplicidade, ou seja, NATURAL como o curso da vida. E Paulo não era diferente em nada... era penas Paulo, o velho. A simplicidade com que Paulo vivia o evangelho pode ser constatada em suas cartas e em especial no texto em apresso.

O simples hoje é substituído pelo exuberante, extravagante, etc. Isso inclui o evangelho – que é o próprio Cristo. Quem sabe motivados por um avanço tecnológico-científico as pessoas aspiram, cada dia mais, as coisas menos simples – a começar pela vida que se leva. Contudo, isso não é coisa do mundo, da sociedade escrava do pecado. Não, não é mesmo! A simplicidade de uma bomba está em falta nas tribunas, bancos e corações cristãos.

Vejamos, como alguém entende a palavra ministro expressada por Paulo? A maioria acredita ser um título nobre, honroso e digno de toda aceitação. Com base nessa interpretação enchem os pulmões de ar e gritam aos quatro ventos “Eu, fulano de tal, MINISTRO do evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. Onde está a simplicidade do Evangelho Encarnado nessas palavras?

Então vamos apreciar o texto e entendermos o que Paulo queira dizer para o povo daquela igreja. Bom, quem sabe assim nos tornarmos verdadeiros ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus.

1.1. Definição o termo ministro

Ministro é o título dos membros do Governo, de estatuto superior, da maioria dos países do mundo. Alguns países têm designações diferentes, chamando-lhes: secretário, secretário de Estado, conselheiro, comissário, tribuno, aferidor, ouvidor, bedel, preposto, etc.

Seria nesse título que estava pautada a importância dada por Paulo à consideração dos homens para conosco? Não! Mas devido ao abandono do evangelho, simples como ele é, os homens (pastores, apóstolos, bispos, reverendos, etc.), que se proclamam ministros, desejam e buscam essa forma de consideração e reconhecimento popular. A glória dos homens para os homens!
Quando Paulo escreve esse trecho da sua carta ao povo de Corinto ele usa um termo grego – “ [hiperetes]” – que significa, em poucas palavras, um escravo do mais baixo nível social e que remava no interior das galés.

1.2. Contexto histórico

A galé pode designar qualquer tipo de navio movido a remos. Algumas variações possuem mastros e velas para auxiliar a propulsão; eram navios muito usados em guerras na Europa, por isso desempenharam um papel de grande importância na época.

Os prisioneiros de guerra, condenados judicialmente por crimes bárbaros, etc. eram usadas como escravos. Por vezes os escravos se tornavam remadores de galé. Contudo, não apenas os supracitados eram “hiperetes”, mas com o tempo as guerras foram aumentando e o governo necessitava de mais remadores, por isso os juízes foram orientados cada vez mais a condenarem bandidos às galés, até mesmo pequenos infratores eram condenados.

2. Características dos Hiperetes

O termo hiperetes trata da classe de escravos mais baixa da sociedade e por isso o se uso foi abandonado na igreja do terceiro século, pois ofendia a nobreza convertida ao cristianismo de Constantino. Contudo, nós, a igreja do vigésimo primeiro século ainda temos vergonha de sermos tratados de hiperetes e preferimos um termo mais honroso diante dos homens.

2.1. Eram remadores debaixo

Isso significa que os escravos (hiperetes), além de pertencer ao mais baixo nível social da época, remavam no interior das galés, ou seja, no local mais baixo da embarcação. Quem via a intrepidez ou a leveza com que a galé navegava desconhecia os seus remadores – os hiperetes.

Esse é o sentido do evangelho. Sim, uma descida aos locais mais baixos da terra e de si mesmo para que assim Cristo seja elevado e glorificado. Para que o nome de Cristo seja glorificado na vida do cristão, esse não precisa subir em um palanque, pedestal ou tribuna.

Muitos dizem que estão levando o nome de Cristo, mas no pretexto de apresentar o seu também. Precisamos descer, descer e descer... pois como disse João, o batista, “necessário é que eu diminua e que Ele cresça.” Ministros que é hiperetes faz assim, rema no fundo da embarcação e deixa os louros para o capitão.

2.2. Remavam ao som do tambor do capitão

Os escravos não podiam remar como desejassem, pois havia um tambor que determinava o ritmo da remada. Eram tocados alguns ritmos diferentes e dentre eles destacamos três, são eles: ritmo de guerra, ritmo de mar bravio e ritmo de mar calmo. Assim deveria acontecer na vida dos ministros. Se o são em verdade, não podem determinar o ritmo de sua vida. Devem deixar ser conduzido pelo ritmo do tambor do Capitão – Cristo.

Entre eles (hiperetes) ninguém poderia deixar de conhecer muito bem cada ritmo tocado, pois do contrário quebraria o compasso da remada. Crente que não conhece o ritmo do tambor (Bíblia Sagrada) entra em desarmonia com o restante dos irmãos. Precisamos sentir o mesmo no Senhor para remarmos juntos, no mesmo sentido e com a mesma intensidade. Conheces o ritmo que seu Capitão está tocando ou os ouvidos estão acostumados com outros ritmos? Quantos ditos ministros remando em ritmo diferente do tocado pelo tambor.

2.3. Remavam com um carrasco os chicoteando

Havia um carrasco que chicoteava os hiperestes caso eles parassem de remar ou remassem em um ritmo diferente do tocado pelo tambor. Assim que parava de remar vinha o chicote. Remava contrário ao ritmo determinado pelo tambor vinha a chicotada. Parece muito mal isso, mas quando um não rema os outros remam a mais e consequentemente, um após o outro, vão perdendo as forças. Assim o ritmo é quebrado e a embarcação deixa de navegar. Quando remam no ritmo diferente oferecem perigo de naufrágio, pois cada um rema em um ritmo qualquer.

Precisamos sempre de um espinho na carne, pois só assim aprendemos e deixamos de ser bestas. O espinho na carne, o chicote nos lombos, a ferida por Ele aberta, a repreensão, etc. é a manifestação de amor e serve para nos proteger – na maioria das vezes de nós mesmos. Ele é Senhor e Soberano, e isso implica em fazer o que deseja, como deseja, com quem deseja, onde deseja e quando deseja. Bem-aventurado aquele que não despreza a correção do Senhor, pois ele repreende a todo quanto ama.

2.4. Remavam acorrentados na embarcação

Os escravos eram amarrados na embarcação assim que entravam nelas. Quando um escravo entrava na galé ele dava adeus à sua vida, pois agora era hiperetes até a morte. As correntes erram para garantir que nunca fugiriam, que não abandonariam a embarcação e que morreriam no caso de naufrágio.

Paulo afirma que nada nos separa desse amor. Somos seus escravos e estamos acorrentados Neles por laços de amor. É o amor do Filho em nós que nos uni ao Pai e não conduz ao porto seguro na eternidade. Não entramos nunca canoa furada e nem de gaiato no navio. Ele nos escolheu, nos amou e nos reconciliou consigo. Ele nos prendeu a Ele e nos disse que ninguém pode nos arrebatar de suas mãos. É daqui para a eternidade, pois assim como os escravos sabemos que já estamos mortos.

2.5. Apenas uma portinhola no teto os permitia ver fora da galé

A única forma dos escravos ver o lado de fora era olhando para uma portinhola no teto da galé e esta se direcionava para o céu. Assim sendo, com o mundo exterior somente o céu estava diante de seus olhos.

Esse é o alvo do cristão, o céu. É por ele que lutamos, é com ele que sonhamos e é para lá que desejamos ir. Paulo disse que devemos olhar para as coisas que são decima e não para as que são debaixo. Devemos olhar além dos montes, lá está o socorro. Devemos olhar além do nevoeiro, pois no meio dele está o Cristo.

Quantos “ministros” perderam a visão do céu e equivocados dizem que receberam uma nova visão. Até Bartimeu viu mais do que os ministros. Com suas invenções, com as variações do mesmo tema, com suas meras repetições, com seus altos cachês, com suas ofertas de fé e amor, com suas campanhas disso ou daquilo, sendo tudo isso vaidade de vaidade, eles vão acumulando o tesouro na terra, esperando Cristo para esse presente tempo e tornando-se os mais miseráveis dos homens.

2.6. Eram homens sem vida própria

Suas vidas pertenciam ao capitão da embarcação e o tal fazia deles o que melhor lhe parecesse. Isso é ser ministro e Paulo sabia bem. Não vivo mais eu, mas Cristo vive em mim. Não temos vida própria, pois a vida que vivemos na carne a vivemos no Filho de Deus. Ele morreu a nossa morte para que pudéssemos viver a sua vida, então agora para mim viver é Cristo e morrer é lucro.

O verdadeiro ministro não é alguém importante, mas desprezível diante do mundo. Não tem vida própria, mas vive a vida do Filho de Deus. Em nada tem sua vida por preciosa e por isso deseja que os homens assim o considerem – hiperetes, apenas um escravo.

Conclusão

No mundo de hoje a mentira está sendo aceita como verdade. As trevas sendo tomadas por luz e o mal por bem. Os homens descritos por Paulo a Timóteo estão sendo chamados de homens de Deus. A terra é de gigante, trocam vidas por diamante e o evangelho é uma banda numa propaganda de refrigerante.

Quantos estão decepcionados com a “igreja”, pois esta, que já foi um organismo vivo, o corpo de Cristo, se institucionalizou em um verdadeiro ministério – no sentido político da palavra. Contudo, ainda há esperança. Enquanto houver hiperetes para ouvir o toque do tambor e remar no ritmo certo a galé permanecerá rumo ao porto seguro.

Ainda há vaga na galé para quem deseja ser hiperetes, para quem deseja tremar ao som do tambor do Capitão, para quem não tem a vida por preciosa, para quem, de forma simples, simplesmente deseja viver a simplicidade do evangelho – que é Cristo.

Venha sem se considerar coisa alguma, pois Nele não há gregos, nem bárbaros, nem judeus e nem gentios. Nele somos todos homens, mulheres, velhos, jovens, crianças, escravos e livres. E Nele os homens nos considerarão hiperetes se nos acharmos fiéis.

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